O pangolim é o mamífero mais afetado pelo tráfico de espécies no mundo. Segundo a IUCN (International Union for the Conservation of Nature), o número de capturas anuais deste animal é estimado em mais de um milhão, e estudos como o da Universidade de Sussex são ainda mais pessimistas, colocando o número em cerca de 2,7 milhões de pangolins capturados apenas nas florestas dos países africanos. Esta situação fez com que, das oito espécies deste animal existentes no planeta, duas encontrassem-se na categoria de “perigo crítico”, ou seja, em vias de desaparecer. Um deles, o pangolim chinês (Manis pentadactyla) foi reduzido em aproximadamente 90% desde 1960.
A caça furtiva e o desflorestação são as principais ameaças ao pangolim: o WWF Espanha estima que entre 2010 e 2015 foram apreendidas em média mais de 20 toneladas por ano, número que vem aumentando a cada ano. E, apesar de esses mamíferos habitarem os continentes da Ásia e África, e serem mais procurados pelos primeiros devido ao sabor da sua carne e ao suposto poder curativo das suas escamas (têm a capacidade de aliviar problemas comuns como a artrite, entre outras doenças) a realidade é que não é um problema estranho à Europa: o WWF informa que até 3.300 espécimes de pangolins são apreendidos por ano só na Espanha.
Por sorte, organizações internacionais e governos de todo o mundo tiveram consciência da importância de proteger esses "guardiões da floresta", intensificando esforços para acabar com a sua caça e comércio ilegal e dedicando muitos recursos à sua proteção e reprodução em seu habitat natural. Unindo as rigorosas medidas de aplicação da lei que proíbe o tráfico e comércio de pangolins, com a vigilância presencial de florestas e montanhas, a caça furtiva diminuiu drasticamente, ao mesmo tempo em que aumentou a investigação sobre as medidas de reprodução artificial para aumentar a população deste mamífero.
Um bom exemplo de como proteger efetivamente os pangolins sem perturbar o seu ecossistema é o uso da tecnologia que a Hikvision disponibilizou para a Reserva Wuqinzhang em Guangdong, China. A empresa, líder em produtos e aplicativos de segurança, desenvolveu um sistema de vídeo inteligente que integra software com funções dedicadas que inclui câmaras com inteligência artificial que podem identificar automaticamente esse mamífero. O sistema também analisa a atividade de animais próximos e monitoriza o contato humano com a vida selvagem.
Anteriormente, a equipa da reserva não tinha dados e gravações de vídeo do ecossistema local em geral e da atividade dos pangolins em particular. Os investigadores tiveram que percorrer dezenas de quilómetros a pé por áreas montanhosas, florestas densas e hostis, para reunir dados muito limitados. No entanto, uma vez instalado o sistema da Hikvision, os trabalhadores agora podem aceder a um grande número de imagens de vídeo, estudar e documentar os hábitos de vida dos pangolins com facilidade e sem precisar se deslocar. Este valioso material ajuda atualmente a revelar e restaurar populações, já que simplifica o trabalho dos cientistas.