Em 2022, Espanha registou um novo pico de envelhecimento: 133,5% ou, por outras palavras, já existem 133 pessoas com mais de 64 anos por cada 100 com menos de 16, de acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística. Este é o crescimento mais elevado desde 1999, tendo em conta que no ano passado este número estava nos 129,1%. Por outras palavras, há 23 anos que a Espanha não envelhecia tanto.
À medida que envelhecemos, as quedas tornam-se mais frequentes e perigosas. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, as quedas são a segunda principal causa de morte acidental no mundo. Nestas situações, a assistência médica imediata é essencial para evitar consequências graves para a saúde. Graças a uma nova solução de radar que pode ser instalada em quartos, corredores e outras áreas-chave em instalações de cuidados a idosos, o pessoal deste tipo de instalações pode reagir rapidamente para ajudar os doentes e residentes em caso de queda e evitar assim males maiores. As organizações que cuidam de pessoas idosas ou vulneráveis, como hospitais, lares de idosos e casas de repouso, devem tomar medidas adequadas para detetar quedas e conseguir intervir o mais rapidamente possível.
Com vista em conhecer em primeira mão as soluções da Hikvision nesta área, entrevistámos Alfonso Lorenzo, responsável pelo Desenvolvimento Comercial da Hikvision Iberia.
P: Quais são as soluções inteligentes que a Hikvision concebeu para os cuidados a idosos?
R: Temos dois tipos de soluções e ambas utilizam a mesma tecnologia de radar - que não tem vídeo e, portanto, não é invasiva em termos de privacidade. Por um lado, há o radar de sinais vitais, que monitoriza o estado de uma pessoa na cama, e, por outro, o radar de quedas, ideal para casas de banho, que nos alerta se alguém cair no chão.
A principal vantagem de ambas as soluções é o facto de serem altamente precisas, de modo que, se for detetado um incidente, este gera instantaneamente um alarme que funciona 24 horas por dia. Desta forma, o pessoal encarregado pelos idosos pode alcançar o local da emergência quase no mesmo momento e atendê-la rapidamente. Nestas circunstâncias cada minuto conta.
P: O que é e em que consiste o radar de cuidados de saúde?
R: A nossa solução de radar de sinais vitais monitoriza automaticamente a frequência cardíaca e respiratória. Permite-nos monitorizar o tempo que a pessoa idosa passa na cama e fora dela; se se mexe ou se está agitada durante o sono, se se levanta para ir à casa de banho durante a noite ou se demora demasiado tempo a regressar. Se algum destes eventos for crítico, podemos programar um alerta imediato assim que ocorrer. Além disso, estes dados podem ser utilizados para ajudar os médicos a avaliar o estado de saúde do residente e a sua evolução ao longo do tempo. Graças a esta solução, a saúde da pessoa vigiada está sempre protegida e não é necessário qualquer contacto para fazer soar o alarme ou premir qualquer botão em caso de emergência.
P: Como é que o radar de quedas alerta para os acidentes?
R: Instalado no local certo da sala, o radar de deteção de quedas atua de forma discreta e precisa, alertando rapidamente os profissionais das instalações para responderem de imediato e tomarem medidas para reduzir o risco de lesões. Tem uma baixa taxa de falsos alarmes e é tão fiável que é capaz de reconhecer se a pessoa se dobra, senta ou agacha voluntariamente, não reconhecendo esse tipo de situações como uma queda. Em caso de incidente, envia um alerta direto para o dispositivo de controlo, de modo a garantir uma resposta rápida. O radar tem uma área de alcance de 10 metros quadrados. Se a área de superfície for maior, podem ser instalados dois ou mais dispositivos.
P: O que significam estes avanços tecnológicos em relação aos sistemas tradicionais?
R: Apresentam vantagens importantes. Em primeiro lugar, os nossos radares permitem uma deteção precisa dos movimentos e quedas dos residentes, gerando um alerta instantâneo que funciona 24 horas por dia. Isto ajuda a reduzir o número de rondas de vigilância por parte da equipa de enfermagem.
Em segundo lugar, toda a informação gerada pode ser analisada historicamente para avaliar a evolução do estado do residente, detetando antecipadamente possíveis deteriorações e problemas médicos.
Em terceiro lugar, as nossas soluções permitem cuidar dos idosos respeitando plenamente a sua privacidade nos quartos e casas de banho, uma vez que não utilizam imagens de vídeo.
P: Estaremos perante uma nova era nos cuidados aos idosos?
R: Sem dúvida. Os sistemas tradicionais de deteção de quedas envolvem a utilização de alarmes pessoais pendentes. Cada utilizador traz consigo um colar com um botão que deve premir em caso de emergência. Mas este mecanismo tem muitas desvantagens. Se estivermos a falar de pessoas idosas com certos problemas de memória, podem não se lembrar de o colocar, pelo que, se caírem, não terão maneira de alertar ninguém. Além disso, são dispositivos que requerem um carregamento regular para garantir o seu funcionamento perfeito. Adicionalmente, o ponto-chave destes sistemas tradicionais é o facto de o botão ter de ser premido voluntariamente para gerar um alarme, pelo que, se a pessoa ferida ficar inconsciente após a queda não conseguirá alertar os serviços médicos.
É por isso que as nossas soluções de deteção de incidentes baseadas em radar garantem que um alarme é automaticamente acionado em caso de queda - ou de uma alteração súbita de um sinal vital - sem necessidade de premir botões. Isto ajudar-nos-á a agir mais rapidamente e a evitar muitos problemas graves resultantes de quedas.
O próximo passo em que estamos a trabalhar é aplicar a tecnologia Deep Learning às câmaras Hikvision para aprender a detetar comportamentos perigosos para os pacientes ou residentes (quedas em áreas comuns, rixas, agressões, lesões autoprovocadas, fugas, etc.).
P: Quem pode beneficiar destas novas tecnologias Hikvision?
R: Em primeiro lugar, aqueles que lhes são mais próximos, pois saberão que o seu familiar está a ser bem tratado. Mas, para além disso, são dispositivos concebidos para ajudar os trabalhadores em centros de reabilitação, lares de idosos, centros de saúde, etc. Devemos cuidar dos doentes, mas também dos seus cuidadores.